Guiné > Bissau > s/d > "Aspecto parcial e Câmara Municipal"... Bilhete postal, nº 133, Edição "Foto Serra" (Colecção Guiné Portuguesa")... Ao fundo, do lado direito vè-se a ilha de Rei,
Colecção de postais ilustrados: Agostinho Gaspar / Digitalizações: Luís Graça & Camaradas da Guiné (2010).
Guiné- Bissau > Bissau > c. 1975 > Novo mapa, pós-colonial, da capital da nova república, já com as novas designações das ruas, avenidas e praças, que vieram substituir o roteiro português: av 3 de Agosto, av Pansau Na Isna, etc. Veja-se a localização do porto do Pidjiguiti (para os barcos de pesca e de cabotagem), à esquerda do porto de Bissau (para os navios da marinha mercante). (*)
A av da Unidade Africana separava a antiga Bissau Colonial dos bairros mais populosos como o Cupelon (de Cima e de Baixo), mais conhecfido pelas NT como "Pilão".
Por exemplo, a rua Eduardo Mondlane (assiinalada com um traço a zul) era antiga rua Engenheiro Sá Carneiro:, parte do Chão de Papel (av. do Brasil), atravessa a av. Amílcar Cabral, a artéria central ( a antiga av. da República,) e vai até ao Hospital Simão Mendes, ao cemitério municipal e à antiga zona industrial...
Era a rua dos Serviços Meteorológicos e da messe de sargentos da FAP (com a independência, foi a primeira chancelaria da embaixada da China.). Em frente aos Serviços Metereolgicos ficava o "Chez Toi" (restaurante, pensão, bar e "boite", mais tarde "Gato Negro").
Era a rua dos Serviços Meteorológicos e da messe de sargentos da FAP (com a independência, foi a primeira chancelaria da embaixada da China.). Em frente aos Serviços Metereolgicos ficava o "Chez Toi" (restaurante, pensão, bar e "boite", mais tarde "Gato Negro").
Foto: © A. Marques Lopes (2006). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Segundo o nosso amigo guineense, de origem cabo-verdiana, Nelson Herbert, jornalista que trabalhou na VOA - Voice of America, e viveu nos EUA, estando hoje reformado no Mindelo, São Vicente, a casa de duas moradias que se vê à direita na primeira imagem acima, foi a antiga "boite" ou "cabaret" "Chez Toi" (mais tarde "Gato Negro", como antes terá sido "O Nazareno", restaurante e casa de fados)...
Em frente era a "Estação Meterológica de Bissau".. Antes da independência, esta rua, que era perpendicular à avenida da República (que partia da praça do Império até ao cais do Pidjiguiti) chamava-se rua do engº Sá Carneiro (antigo subsecretário de Estado das Colónias que visitou o território em 1947, sendo governador-geral Sarmento Rodrigues). (***)
[Foto à direita: Mário Serra de Oliveira, ex-1.º cabo escriturário, nº 262/66, BA 12, Bissalanca, 1967/68; esteve destacado na messe de oficiais em Bissau, entre maio de 1967 e dezembro de 1968; depois, já como civil, entre janeiro de 1968 e agosto de 1981, como empregado e como emtrsário passou por diversos estebelcimentos: Café Restaurante Solmar, Grande Hotel, Pelicano, Ninho de Santa Luzia (uma casa sua, que abriu em 14/11/1972), Tabanca, Casa Santos, Abel Moreira, José D’Amura e Oásis; trabalharia ainda na embaixada dos EUA; é autor, entre outros, do livro "Palavras de um Defunto... Antes de o Ser"(Lisboa: Chiado Editora, 2012, 542 pp, preço de capa 16€]
Num extenso texto, reproduzido na Net, ele fala da “boate” Gato Negro, que antes se chamava "Chez Toi" (**):
(...) "O dono era um locutor de rádio cujo nome creio que era Soares Duarte, uma figura avultada cuja mulher não sei se o suportaria em cima, na exclusividade!" (...)
Mudou de nome e de d0no:
(...) passou a chamar-se... "Gato Negro", cujo dono era o Chico Fernandes. E, aí, ele foi a Portugal de propósito a contratar gado novo – todas com um “Gato Negro” um pouco mais abaixo do umbigo... Algumas vinte, aptas para todo o serviço.
Recordo aqui, já eu com "O Ninho de Santa Luzia" aberto, principalmente às sextas- feiras, me telefonava – sim, tinha telefone naquela ocasião, podia era não trabalhar mas que tinha, tinha… para um almoço para 22 ou 23, depois das 3 da tarde. A ideia, era tentar afugentar os 'mirones'. (...)
(...) Que inocència, a do Chico!... O problema era que...havia tantos esfomeados de 'carne fresca' – mesmo que besuntada de outros – que até parece que lhes dava o cheiro!...
Então, após já estarem a almoçar, vinham aqueles tipos que só faltava 'comerem-nas com os olhos'... Ainda tive problemas com alguns, porque se sentavam mesmo em frente da registadora – local do meu trabalho mais assiduamente– , e...a comentarem ' olha p’rá aquelas trancas, caralho!'
(...) Claro que eu não permitia provocações diretas! O respeitinho era muito bonito e eu tratava de fazer vingar o mesmo!... Enfim...longa estória." (...) (**)
3. Outro depoimento (há mais no blogue), este do nosso tabanqueiro José Diniz Carneiro de Souza e Faro, ex-fur mil art, 7.º Pel Art (Cameconde, Piche, Pelundo e Binar, 1968/70), em comentário ao poste P18910 (***)
(***) Vd. poste de 10 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18910: Memória dos lugares (378): Restaurante, pensão e "boite", o Chez Toi fazia parte do roteiro de "Bissau, by night"... O estabelecimento situava-se na rua engº Sá Carneiro... Desdobrável publicitário: cortesia de Carlos Vinhal.
(****) Último poste da série > 25 de janeiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24009: Memória dos lugares (448): a "Esnoga", a sinagoga portuguesa de Amesterdão (séc. XVII) e a história incrível da sua comunidade
(...) De facto no início de 1970 (março a a junho) existia o Chez Toi onde eu e os meus camaradas da BAC 1 nos untávamos para umas bebidas, era o tempo de partida para a Metrópole (17 de junho no Carvalho Araújo).
Nessa altura, creio, foi quando mudou de nome e o gerente era um locutor da Emissora Nacional que esteve na Índia (Goa), de nome Oliveira Duarte (?), ex-sargento.
Era um local simpático, com bailarinas recrutadas nas "boites" de Lisboa. Um dos fadistas era o Marco Paulo, já com muito sucesso. Uma das bailarinas era a Luísa, uma mocinha atraente que encontrei em Lisboa, na "Cova da Onça" (Av da Liberdade).
Como estávamos no fim da comissão (com 27 meses), não ficávamos muito tempo nesses locais de risco, passando o resto da noite no Bar do Biafra (QG-Stª Luzia) ouvindo as aventuras e desventuras dos 'Piriquitos' (era só cheiro a pólvora) em trânsito de e para o mato. (...) (****)
_____________
Notas do editor:
(*) Vdf. poste de 3 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20340: Memória dos lugares (400): Roteiro de Bissau, antes e depois de 1975: principais artérias e pontos de referência
(**) Blogue A Guerra Nunca Acaba Para Quem Se Bateu em Combate > segunda-feira, 21 de novembro de 2011 > Guiné, Bissau, Pelicano, Solmar, Nino de Santa Luzia, Tabanca, Meta, Chez Toi (Gato Negro) e a longa e atribulada missão de serviço do 'camarada' Mário de Oliveira, de 1967 a 1981
(*) Vdf. poste de 3 de novembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20340: Memória dos lugares (400): Roteiro de Bissau, antes e depois de 1975: principais artérias e pontos de referência
(**) Blogue A Guerra Nunca Acaba Para Quem Se Bateu em Combate > segunda-feira, 21 de novembro de 2011 > Guiné, Bissau, Pelicano, Solmar, Nino de Santa Luzia, Tabanca, Meta, Chez Toi (Gato Negro) e a longa e atribulada missão de serviço do 'camarada' Mário de Oliveira, de 1967 a 1981
(***) Vd. poste de 10 de agosto de 2018 > Guiné 61/74 - P18910: Memória dos lugares (378): Restaurante, pensão e "boite", o Chez Toi fazia parte do roteiro de "Bissau, by night"... O estabelecimento situava-se na rua engº Sá Carneiro... Desdobrável publicitário: cortesia de Carlos Vinhal.